sábado, 19 de fevereiro de 2011

Intempéries duma Nação


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Meus amigos, eu que comecei com a integração de artigos de história dos nossos feitos nos séculos XV e XVI no blogue da Escola de Fuzileiros, vou-me ficando para trás nestes imbróglios! Caramba, que me vou sentindo tão pequenino agora, junto a vós!?

Denoto aqui que, o nosso Comandante Carlos tem feito algumas pesquisas para complementar os seus artigos, o que está muito certo. Contudo, o nosso Valdemar dos confins, ao que parece, vai apresentando frutos da sua cultura geral! Formidável!

Agora para meter a colher: os nossos verdadeiros inimigos foram os europeus, que a explodirem de inveja nos foram pisando os calcanhares por esses mares fora, para amarfanhar riquezas à nossa custa.

Dum lado, tivemos os ingleses, astuciosos, matreiros diplomáticos em tudo o que era de carácter político e não só, que ainda hoje estamos pagando dívidas as quais sempre estrangularam Portugal.

Do outro lado, além dos espanhóis e franceses tivemos os holandeses como os verdadeiros inimigos no além-mar. Foram aguerridamente os mais virados para comércio, acabaram por conseguir levar todo o movimento comercial europeu na época da casa da Índia de Lisboa para Burges, cidade holandesa na altura, o que hoje penso ser belga. (Não pesquisei, desculpem)

Aí, todos os países que se iam abastecer a Lisboa passaram a fazê-lo lá e porquê?

Fácil de ver que foi por conveniência quanto à localização do abastecimento pelos outros países, e ainda pelo facto dos holandeses serem os verdadeiros comerciantes, enquanto os portugueses eram os verdadeiros descobridores! Por isso, de tudo quanto houvera para descobrir com as nossas caravelas (casquinhas de nozes), fizemo-lo; enquanto os acima referidos, com os seus enormes galeões a abarrotar de tudo quanto era especiaria, da qual a Europa estava faminta, era o seu forte.

Ainda hoje, e, porque não nos gramamos; até no futebol, umas cabeçadas, de parte a parte, entram no jogo!

Não esquecer que a ilha de Sri Lanka, Ceilão na altura, foi roubada e por eles e reconquistada por nós nove vezes, além do Brasil e Angola serem também reconquistados para os portugueses por Salvador Correia de Sá.

Dominamos os mares da Índia durante 100 anos; dominamos também o Golfo Pérsico onde tivemos 18 fortalezas e feitorias comerciais incluindo uma cidade.

Portugal era um país que cabia num bolso, mas duma alma invulgar, enorme e irrefreável…! Infelizmente – foi bem de pouca dura - porque os políticos de então e de agora, tirando meia dúzia de reis que foram os de melhor estirpe que o mundo jamais viu, gastaram e deixaram gastar pela nobreza à tripa forra, tudo o que era riqueza oriunda, com muito sacrifício de soldados e marinheiros, dos Novos mundos que íamos ofertando ao Velho!


Quanto aos Judeus sefarditas, nome dado aos de Portugal, fizeram parte das elites envolventes nas descobertas, incluindo Zarco, o navegador que descobriu e povoou a Ilha da Madeira, que foi o avô do Colombo, segundo novas pesquisas, os quais foram membros da Ordem de Cristo de Tomar, que por sua vez formados, com a autorização do papa, como uma nova ordem de templários portugueses; logo após o desmantelamento dos Templários da Europa em 1310.

Devido ao grande sigilo que era requerido para que as novas terras e a arte de navegar, não se dessem a conhecer, muitos portugueses foram encontrar a sua morte nos pelourinhos das praças que ainda hoje existem em muitas cidades portuguesas. Segundo li, o desdito, sem tecto, Camões, para sustentar a sua pobreza, andou de rua em rua em Lisboa a apregoar a venda de mapas, o que na altura o sigilo já era obsoleto, porque os novos mundos já não eram tanto assim.

Cartógrafos; além de alguns portugueses tivemos estrangeiros, incluindo o famoso italiano Amerigo Vespuccio, que devido ao seu nome escrito nas cartas e mapas das novas terras Americanas veio a influenciar a escolha do nome dado às Américas na altura, penso que foram mapas roubados e vendidos aos ingleses, porque na época eram vendidos a preço de ouro, os quais, a muitos, custou-lhes a vida, como foi falado em cima.

Era a lei da pólvora, é, e continuará a sê-lo neste mundo que devia ser de Deus mas, ao que parece, não passa dum Mundo cão…!


4 comentários:

Piko disse...

Dá gosto ler e recordar os feitos das descobertas dos antigos portugueses e de quem os orientava e mais gosto ainda pensarmos que discutimos a par com os maiores daqueles tempos!... Claro, que a partir dali, houve como que um convencimento de que estava já tudo feito, em vez de meterem na cabeça que as coisas tinham apenas começado...
E começaram a fazer um caminho de retrocesso, cheio de habilidades e muitas artimanhas que só nos desprestigiaram por esse mundo fora! Mesmo no século vinte e um, que deveria ser o século da exigência e do saber, vimos com apreensão alguns factos acontecer e a começar com aquele velho e estafado truque, que não será mais que isso, de querer mostrar ao mundo que Portugal e o Brasil têm em comum uma língua igualzinha e com muitas centenas de anos, em vez de assumirem que temos um grande orgulho de o Brasil ter uma língua que foi beber no português, sem necessitar de muitos mais esclarecimentos, que são desnecessários nos tempos que correm, porque os estudiosos do mundo dito civilizado sabem que há diferenças e que irão acentuar-se... É ridículo, querer levar-nos a recuar e eliminar o que aprendemos com os sábios que dedicavam horas a explicar-nos nas escolas públicas que o (c) na palavra ACTOR, tinha como missão alertar que a vogal (a) era aberta e não fechada! E o ridículo destes imbecis armados em espertos, poderá daqui a alguns anos tentar decretar a mudança de camionista para "camioneiro", que é assim que se diz lá no Brasil e que saibamos nem estão nada incomodados pela forma como a nossa língua trata e deriva da palavra camião... Os brasileiros são um país livre, NÃO É CARAS?!
Tudo isto para concluir que este país que se chama Portugal, tem um forte défice de liderança, que já vem muito de trás e que teima em não mudar de estratégias, cometendo sempre os mesmos erros, porque acreditam que não vão ser corridos e julgam ter a certeza de que os grandes amigos europeus os irão safar quando a hora do ajuste chegar... e se chegar!
Gostei do tema histórico que o amigo Leiria trouxe aos nossos blogues, mas o Histórias Curtas anda neste momento atarefado com os desastres ambientais, porque "homem prevenido vale por dois", ou talvez mais... uma vez que o planeta do qual fazemos parte merece a nossa luta e se ganharmos mais adeptos já valeu a pena!...

Edum@nes disse...

Os portugueses foram os célebres descobridores de continentes. Antes descobrindo o caminho marítimo, para através do qual lá, poderem, chegar.
Tantos sacrifícios, cujo proveito reverteu a favor de outros.
Ao menos fazemos parte de uma história do passado que, muitos, no presente não pretendem reconhecer.
Que interesse têm as gerações vindouras, em saberem aquilo que os portugueses fizeram no passado?
Segundo eles dizem, só o futuro interessa?

Valdemar disse...

Gostaria de dizer ao Artur Sousa que a cultura geral aqui "do Lisboa" está relacionada com o re-descobrir da História Trágico-Marítima Portuguesa através dos meus laços familiares e das consequentes inúmeras viagens que tenho feito pela Ásia, onde práticamente não há um lugar onde os nossos Filhos da Escola não tivessem andado ao engate... Muitos portugueses provávelmente nunca terão ouvido que fomos os primeiros europeus a chegar ao Rio Mekong ou que estivémos uns bons 100 anos na cidade de Faifo (hoje Hoi An no Vietname)... Portanto, antes de os americanos andarem por lá a regarem o país com Agent Orange já os portugueses séculos antes tinham regado as lindas vietnamitas com sangue lusitano... E já que o Artur Sousa menciona aqui o Ceilão gostaria de acrescentar (para possíveis turistas) que há um certo anti-portuguesismo na ilha, talvez pelo facto "de a nossa marujada fazer em cacos tudo que fosse estátuas da Shiva" sendo o único caso no Indico em que os portugueses não se limitaram às chamadas Feitorias no Litoral. Na Taprobana do Luís de Camões foi mesmo uma conquista "terra adentro" e segundo consta os nossos Filhos da Escola engataram tanta "srilankaneza" que deixaram para lá Silvas que foi ao Deus dará (hoje conhecidos pelos BURGHERS).. Mas mesmo depois da saída dos portugueses "a nossa marca" lá continuou bem visível... Tanto assim que em 1700 e troca o passo o Governador holandês "Cornelius Qualquer Coisa" disse para quem o quisesse ouvir... SE VOCÊ FALA PORTUGUÊS NO CEILÃO VOÇÊ É ENTENDIDO EM QUALQUER PARTE!
Valdemar Alves
(enviado especial)

Valdemar disse...

Uma vez que o Artur Sousa menciona aqui também os Judeus Sefarditas... Para os interessados não há como visitar a linda terra onde nasceu Pedro Álvares de Cabral BELMONTE, onde creio que existe a maior comunidade Judia em Portugal que com o seu museu nos mostra como viviam os nossos Marranos... Uma região que com aldeias típicas entre elas a Mediaval SORTELHA é digna de ser visitada.
Valdemar Alves