sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Complemento ao - "O meu pai é que tinha razão!!"


Nota; este seria o meu comentário a inserir no artigo “O meu pai é que tinha razão” no blogue da companhia, mas como é longo de mais não foi aceite nos comentários do blogue, por isso vai aqui, que bem merece.
 
Aí vai o décimo sexto comentário: (Que deveria ser)

Não, não poderia deixar passar esta oportunidade sem meter a colher.
Em primeiro lugar vejo que, a coisa está a aquecer sem que daí provenha algo benéfico para todos nós – que somos gente de respeito, honrados pelo que fizemos pela NAÇÃO que nos viu nascer aquando das obrigações, justas ou não, reconhecidas ou não, em prol de/e por ELA.
Deixamo-nos de mexeriquices, e, vamos sim ser homens pró-activos, sem esbanjarmos o que nos resta ainda de positivo na alma, com coisas corriqueiras, supérfluas sem valor como se vai denotando em alguns comentários. 
Amigos; o mundo é mesmo assim. No meio de toda esta imperfeição, ele (mundo) até trabalha por isso existe.
Não devemos nunca acreditar, que o Mundo possa vir a ser o paraíso, mas comparando o dia de hoje aos dias dos milénios ou séculos passados dos nossos antepassados, sem descorar os tempos dos nossos pais, vivemos um avanço astronómico em todos os aspectos tão grande que somos ou podemos ser uns verdadeiros felizardos!
Claro que, no aspecto psicológico, a vida é como todo e qualquer um a faz, se pensarmos só, que ela é má, ela será mesmo isso, se pensarmos o contrário ela é bem capaz de ser boa ou talvez tornar-se.
Quanto ao artigo do Carlos: “O meu pai é que tinha razão”, como sempre rico de substância, quero inserir uma pitada do que me toca, ao notar que o argumento é valido a 100%. Por isso falo sobre o meu caso específico; na forma como vejo hoje - o não ter dado ouvidos a quem sabia mais da vida - do qual resultou a forma árdua como vou cinzelando a minha.
Sou como todos os mortais cheio de fracassos e sucessos, onde falhanços viveram paredes meias comigo… Hoje pergunto-me: - porque não estudei mais; porque deixei a marinha; porque não continuei na Alemanha; porque desisti sempre do que tentei fazer logo ao primeiro solavanco? Não será isso a tacanha natureza humana que tão diabolicamente, talvez, nos possessa?
Porquê a falta de determinação, quando a vontade de se vencer é grande mas o desejo de se pagar o preço por ele (sucesso) é pequeno?
Hoje pago com o corpo, aquilo que a traiçoeira cabeça, teimosamente não quis aprender. Foram aventuras no mundo do trabalho e negócios, dos quais só beneficiei da experiência porque o resto não mora em casa.
Quando era rapaz, recém-casado, nem sequer valorizava a possível reforma, um dia lá longe nos anos de aposentação. Perguntava-me – o que é isso, se tenho tempo de sobra para poder singrar no mundo do trabalho e/ou do negócio que, a reforma seria quase irrelevante. Contudo hoje, a cabeça teima em mandar como sempre; talvez tentando corrigir as asneirolas as quais têm vindo a forçar a que este corpo vá pagando as favas.
Trabalho hoje, humildemente conformado, mas não resignado ao fracasso; estrebuchando ainda, na convicção de que afinal a reforma é no momento a única tábua de salvação - depois de um sem números de tentativas nos referidos trabalhos e negócios.
Contudo sinto-me feliz por isso! Talvez por ter receio da incerteza dos anos de reforma em que uma cruel insegurança vai dominado uns quantos neurónios do meu cérebro!?
Depois de vários, mas breves trabalhos rotineiros de construção, de fábricas e de oficinas entre outros, até a escolas de condução por ordem de outrem e mais tarde minha, à tipografia, à loja de ferragens, voltando à escola de condução, esta sempre com sucesso, mas mal pago, obrigo-me a optar por uma nova carreira por dez anos como corretor de seguros e investimentos, a qual detestei porque depois de todo o namoro ao tentar-se convencer a razão e a necessidade para o plano, a única coisa tangível era um papel que se lhes dava no fim… Por isso vender gelo aos esquimós, certamente, seria mais fácil…!?
Hoje, aos sessenta e sete; faço um trabalho de que gosto, porque todas as quartas feiras o meu salário é electronicamente enviado para a minha conta bancária; sem que tenha que me preocupar com clientes novos, para alimentar a imprescindível vida do negócio. Ou será isso; resignação ou conformidade minha à escola da vida?
Por estranho que pareça, vou fazendo assim, do meu trabalho o meu “hobby”, uma vez que nunca os pude alimentar. Aí está o meu estado de espírito, que me traz felicidade, é esse mesmo estado que a qualquer um de nós poderá oferecer felicidade, eis a razão porque a felicidade não passa disse mesmo: - “ o estado de espírito”, que qualquer um o pode conseguir assim o queira. Quem nos diz que o dinheiro é tudo na vida quando, muitos que o têm alimentam uma tristeza como ninguém!
Ora aí está um pouco de mim mesmo; apostaria até que todos vós tereis cruzes idênticas, umas mais leves, outras mais pesadas a carregar, o que importa é carregá-las e se possível com um sorriso nos lábios.
Os nossos velhotes, tinham razão! Se tinham… quando diziam: - “estudem que para vosso bem é”. Mas alguns de nós com a nossa sapiência de “super boys” dizíamos; que os velhotes estavam passados; já não davam uma para a caixa…
Pobres de nós, perdoai-nos Senhor, porque não sabíamos o que dizíamos...
“O meu pai é que tinha razão”. Sim Carlos, o teu e o meu, que o Bom Deus já tem.

4 comentários:

Valdemar Marinheiro disse...

Sinceramente me apraz registar a forma como abordas este problema. Mais que um comentário, é um testemunho de vida digno de reflexão e com a mestria de quem o escreve e o ter vivido.
Talvez eu esteja errado, mas penso que não.
Todos nós somos livres de dizer e principalmente nos blogues que alimentámos o que pensamos, mas como é evidente por vezes ou porque não conseguimos ou então porque não conhecemos essas coisas vão ser lidas por outras pessoas que tem outras razões, conhecimentos e outros pontos de vista, que não os nossos. O que os leva a opinar em conformidade com aquilo que julgam ser o apropriado.
Ninguém que esteja por bem, se pode sentir melindrado porque alguém comenta diferente de si.
Muitos de nós senão a quase totalidade de comentadores temos uma ligação que não entramos em rodilhices ou conflitos.
Eu tenho uma honra enorme em contactar com todos.
Isto tem-me ensinado muito e obrigado a ser mais rigoroso comigo mesmo.
Um Amigo não tem porque se preocupar, porque o verdadeiro amigo sabe separar e reconhecer se o que se diz é por convicção ou dizer por dizer.
Eu acredito que nunca um comentário ou outro mais desajustado servirá para quebrar o ritmo e amizade de todos nós.
Bom fim de semana.

Edum@nes disse...

Estou, interamente,de acordo com todo o conteúdo do comentário do Valdemar. Portanto nada mais vou acrescentar. E podem acreditar que não estou a fazer demagogia.
Desejo para todos um bom fim de semana, com muita saúde, alegria, felicidade e amor.

Observador disse...

Ora como sou «manel vai com os outros» concordo com os três, pela ordem que escreveram, Leiria Valdemar e Eduardo, acrescento que está uma mensagem com cabeça, tronco e membros, e que nos nossos blogs não deveriam entrar provocações a quem quer que seja, nem ofensas.
Um abraço
Virgílio

Tintinaine disse...

Mais que um comentário isto é uma história de vida. O teu e o meu pai sabiam o que a vida custava a levar e só queriam o melhor para nós.
Como nós não os soubemos escutar, agora temos que pagar o preço e não arrebitar cachimbo.
Quanto a alguns dos comentários, que eu definiria como «mijadelas fora do penico» são usuais entre bloguistas. Nem toda a gente perfilha dos mesmos ideais, pelo que se entendem as reacções. Mas espero que isso não crie atrito entre a malta, muito porque acredito que se a amizade é verdadeira resiste a todos estes «choques de opinião».