quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Positivism for once... "Cont..."

Comentado sobre o comentário do Grande Timoneiro
Carlos ao meu artigo: "Positivism for once..."


TINTINAINE disse...
Na realidade nós temos pior opinião do nosso país e de nós mesmos do que muitos estrangeiros que nos visitam.
Mas isso deve-se ao facto de conhecermos a realidade portuguesa muito mais a fundo que eles. Mas é uma boa ideia para começar o dia!


Artur Sousa (Leiria) diz...

Sim & Não, Carlos… “A minha resposta.”


- Sim. Porque melhor do que ninguém somos conhecedores do que nos vai tramando no dia-a-dia, do qual nasce tanto talento (embora de conotação negativa), mas é isso mesmo que alimenta esse mesmo talento! Basta ver os escritores do século XIX; todos eles de sentimentos horrivelmente anti-positivos excepto talvez o Júlio Dinis que via o mundo com olhos de entusiasmo, alegria e muito em especial com uma boa apreciação do que era belo! Os outros porque viviam uma vida melancólica, os seus sistemas imunitários andavam sempre de rastos, os que levou quase todos à morte na meia-idade.

- Não. E Porque foste tu que o disseste também, que um país que foi adquirido, para não dizer roubado, não só aos castelhanos e mouros mas à própria mãe, e como vivemos num mundo de trevas, onde a força obscura é rainha, não é para menos que sejamos um povo amaldiçoado: criador do fado! Basta ver os escritos meus e dos colegas, para se poder observar esta minha teoria.

O fado ou fadário vive no coração da maior parte dos portugueses. Ricos mas chorões…! Pobres mas chorões…! Saudáveis mas chorões…! Haja penitência e oração, que é assim que se conquista o céu…! Agarramo-nos ao passado (história do país e pessoal) esquecendo o futuro…!

Todos os outros povos cantam também o seu fado (blues) mas não ficam escravos desse hibridismo… porque a vida continua…!

Somos trabalhadores no estrangeiro como poucos, mas só no que toca ao uso do corpo…! Todavia, quanto ao uso da cabeça estamos a anos de luz de outras etnias…! Poderia falar sobre casos específicos, mas não há disposição para isso.

Enquanto, o português que trabalha no duro, com um ordenado de topo, muda de patrão por mais uns cêntimos o Filipino, por exemplo, não se interessa com isso vai para a escola; trinta anos depois o português pode ter dinheiro, o que não quer mostrar porque o lamento (fado) não o permite, mas de saúde destruída – numa cadeira de rodas, talvez…!? O Filipino está num lugar de destaque, de prestigio com todos os seus benefícios possíveis, cheio de saúde mas sem dinheiro porque este é enviado para criar uma carrada, sim carrada, de sobrinhos até ao final das suas vidas académicas… simplesmente impressionante…! Porém, como não se lamentam como nós certamente que o fado deles é dos bons!?

Presentemente estou tentando rearmar os meus pensamentos em frente do ecrã mas transpirando efusivamente por causa desta broncopneumonia que como gato bravo se aferroou em mim de unhas e dentes, mas aqui há que suplantar o tal fado que só é bom de ouvir porque vive-lo é como andar à caça do problema que nos vai enfarinhar!

Eis, para mim e eu incluso, a razão porque somos como somos! São heranças provindas desde os dos tempos remotos dum povo que cheio de extraordinárias qualidades, onde se valoriza a vida e o bem-estar, não deixando de existir, porém, o enfadado fado…!

Jardim plantado à beira mar? É, sim senhor… contudo muitos de nós não temos a capacidade de aperceberemos que Portugal é mesmo um jardim!

Canadá por excelência é rico, fértil e bonito… MAS MONÓTONO onde a paisagem eventualmente cansa por causa da sua simetria constante.

Portugal, por outro lado, em qualquer lugar e a qualquer momento e, em qualquer ângulo dos 360 graus que nos circundam, temos um cenário rico de beleza e contrastes!

Afinal, também gosto de alimentar o que é belo e bonito espezinhando um pouco ao tal fado/fadário que nos rouba os olhos do “bem ver”.

"Isto é o meu Portugal! O meu encanto! O meu amor...!"

4 comentários:

Observador disse...

Que grande lição eu recebi desta Mensagem, gostei mesmo do-que aqui é dito, fiquei «preso» na frase que diz: os Portugueses são bons no Estrangeiros, mas no uso do corpo, porque no uso da cabeça, estamos a anos luz doutras Etnia.
Sabes, sempre ouvi que os Portugueses no Estrangeiro eram dos melhores, mas agora vindo este esclarecimento de quem sabe, compreendo melhor uma coisa que me fazia confusão, se são bons Trabalhadores lá fora, porque não são cá dentro?
Com desejo de melhoras, dessa Pneumonia
Votos de Feliz Natal para ti e todos os Teus.
Um abraço
Virgílio

Valdemar disse...

A história do filipino e dos sobrinhos fez-me quase cair da cadeira abaixo de tanto me rir... Conhecedor do assunto há já muitos anos gostaria de acrescentar um aviso à nevegação... "AI DAQUELE QUE SE CASAR COM UMA FILIPINA PORQUE SE CASARÁ COM A FAMÍLIA TODA!"

I
Nunca mais verei meu Rei
Nem a Ocidental Praia Lusitana
Mas passarei a ter nativas por lei
E a andar armado de catana
II
Nunca mais comerei bacalhau
Ou dormir em cama de cristão
Passarei p'ró arroz à xau-xau
E a fazer o amôr no chão
III
Nunca mais sairei de Mindinao
Por causa das belas nativas
Mas mando lixar o bacalhau
E passo...
A comer asiáticas seguidas!

(Filipinas * 1987)
Valdemar Alves

Unknown disse...

Grande Valdemar! Só hoje dia de NATAL me apercebi do teu comentário ao meu artigo: -“Positivism for once… “Cont…”

Gostei caramba! E pelo que vejo não me deixas ficar mal…! Obrigado.

Deduzo que és casado ou vives maritalmente com uma filipina, se ao acaso estou enganado perdoa-me tal suposição. Contudo se for verídico, tu melhor do que ninguém deves saber da sua cultura, mas não quero com isso dizer que sou alheio aos seus usos e costumes, de entre outros grupos. Por natureza sou uma pessoa muito analítica e talvez crítico em excesso como todos nós o somos ou tendemos sê-lo o que faz parte do quadrante psicológico ao qual todos nós pertencemos. Processo esse que é estudado pela ciência do marketing, sempre que alguém quer singrar no mundo das vendas.

Os filipinos, que limparam com a sua brandura o sarampo ao Fernão de Magalhães hoje, não limpam o sarampo mas limpam por estes lados, desde a casa das patroas, uma aliciante para elas claro, até muitas vezes de limparem/empurrarem as mesmas patroas porta fora. SUVS ou outros carros de alto gabarito passam a ser o seu ‘toy’ de transporte pessoal sendo elas de imediato atrás do volante quando, penso, o “budget” ainda não lhes possibilita a angariação dum chauffer.

Logo ao chegar-se a um ponto desses, com a sua branda humildade que os brancos sofisticados adoram, há que se criar a necessidade de se fabricar e criar também, um rebento biológico. Aí, cuidado, porque além da casa, dos carros, entre outros haveres ficam estes segurados pelas bolas, aqueles aparatus dos homens ao fundo da barriga, queria eu dizer, porque se eles não fizerem o que elas querem: que é visitar as Filipinas e suas famílias uma vez por ano e, de as alimentar para sempre, são ameaçadas com a fuga de ambos – ela e bebé - que jamais os encontrarão. Isso cognomina-se de puro blackmail…

À parte disso são humildes amorosas, trabalhadoras, alegres, suportando físico e psicologicamente os seus membros familiares na sua terra natal - filipinas, e em especial as suas amigas alunas do golpe acima descrito.

No entanto como leoas caçam com uma eficiência invejável... se elas soubessem o que exponho acerca delas neste artigo, possivelmente iria estar em apuros, mesmo como português que sou.

Neste meu artigo não é intenção minha minimizar ou ofender um povo, mas sim expressar casos verídicos dos quais vou tendo conhecimento… ou não fosse eu um analítico como o faço saber em cima.

Tintinaine disse...

Também não tinha ainda visto estes versos do Valdemar.
Olha que ele leva jeito para a coisa, hein!