domingo, 6 de junho de 2010

Ainda o Almirante vermelho!

O meu parecer
Por Artur/Leiria
Não conheço muito da vida pessoal e/ou pública deste homem, por isso reservo-me de invocar mais conotações negativas à sua pessoa, porém segundo a minha compreensão e tradução do que por ele foi declarado no vídeo, não o posso ver como homem amigo da pátria, dos portugueses e muito menos dos angolanos! (…) Todavia, é sabido que “duas cabeças duas sentenças” como a voz sábia do povo diz. Muitos vêm-no como homem herói, outros nem tanto assim, e outros ainda, como um vil traidor da pátria e aí há que respeitar a opinião de cada um. Quantos homens de mau coração, que deixaram marcas horríveis, de dor e sofrimento em gerações que nos precederam, não tiveram estes, verdadeiros amigos, admiradores e seguidores durante toda a sua vida neste mundo térreo onde viveram? Desde um Hitler que criou o período mais negro de sempre, por causa da imensidão de uma guerra que desenvolveu, ou Cristo que foi morto pelo seu povo por ter vindo dizer a verdade sobre o Reino de seu Pai e que ainda hoje alimenta a fé dos seus adeptos cristãos onde muitos dos portugueses estão integrados.

Nota: No vídeo e tradução a que referi acima; reparar que além das palavras que ele proferiu sobre a sua decisão na descolonização de Angola acelerada, vejam também a forma enfática e talvez de vanglória e ironia como as diz! (…) Como se Portugal e os portugueses fossem os verdadeiros traidores através dos séculos… Para mim este homem é como cão que mordeu a mão do dono que lhe deu de comer!

 
...oOo...
Narrador: - "Rosa Coutinho o oficial português responsável por uma década, duma guerra civil sangrenta."
Rosa Coutinho; - "Eu devo dizer que em Angola comecei com o que podemos chamar o processo da descolonização.
- Certamente que tive essa influência e exercitei-a
- Porque isso começou só quando lá cheguei
- E também, tive essa qualidade de trabalho
- Somente durante 6 meses que penso ter criado
- O processo da descolonização duma
- Forma irreversível".
Narrador: - "Apontado como o maior comissário, Almirante Rosa Coutinho era o homem mais poderoso em Angola. Encontramo-lo na capital portuguesa, Lisboa, depois de 10 anos de silêncio. Rosa Coutinho finalmente concordou em dar-nos uma entrevista."
RC: - "Bom, eu era, primeiro de tudo, cabeça de todas as forças militares em Angola, eu era o comandante-chefe. Segundo, eu era a cabeça do poder executivo do braço administrativo, formei o governo e dirigi o governo. Certamente que tive a influência e exercitei-a (erro verbal corrigido pelo narrador, respondendo com a frase): Não sou platónico."
Narrador: - "Em 1974 foi prometida a Angola a independência e Rosa Coutinho tomou o cargo, favorecendo a MPLA e desenhou a falcatrua de a pôr no poder. Todos três chefes das facções angolanas foram convidados ao hotel de Alvor, em Portugal. Cada partido concordou com eleições democráticas debaixo da supervisão portuguesa e a uma maior proclamação. O contracto de Alvor foi desenhado como pedra base do futuro de Angola, mas Alvor (contracto) foi uma fraude e este nunca foi desenhado para acontecer."
RC: - "Eu soube muito bem que as eleições não poderiam ser feitas no território, durante o tempo que passou porque Angola, esta estava ainda numa situação tumultuosa para que as eleições se pudessem processar e, se as eleições se fizessem seriam uma pura fantasia. Eu afirmei nessa altura que única solução seria reconhecer que a MPLA era a única força capaz de dirigir Angola, e Portugal deveria fazer um contracto separado com a MPLA e transferir o poder para MPLA na data fixada de 11 de Novembro. Despendi a maior parte do meu tempo em Havana mantendo conversações com o povo e ministros. Eu estava interessado especialmente na educação e justiça."

…oOo…
Poucas palavras para tão grande canalha
"Morreu ontem um traidor à Pátria da pior espécie. Afirmo-o depois de morto, como o afirmei enquanto era vivo, enquanto o afirmo relativamente a todos os "obreiros" ainda vivos ou já no inferno, da descolonização e do 25 de Abril de má memória!
Com Rosa Coutinho, que infelizmente não conseguimos ver julgado e condenado em vida por crimes de genocídio contra a humanidade pelos seus "feitos" em Angola, gostaríamos também de ver Almeida Santos, e Mário Soares entre muitos outros, e quanto antes. Esta gente destruiu a Pátria, e colocou o nosso Ultramar na fome e na guerra civil. É muito grave. Ficarão todos na história de Portugal pelas piores razões: destruíram a Pátria, e contribuíram para a morte e desgraça de muitos Portugueses de todas as raças e credos. Foram quiçá ainda piores que Miguel de Vasconcelos!
A justiça de Deus é incomensurável face à justiça humana, hoje tão falha de eficácia e de ética.
Estou certo de que Rosa Coutinho, o Almirante de sorriso alvar e provocatório, arde hoje, junto a muitos outros traidores e criminosos, nas chamas de Satanás, seu particular amigo!
Eles vão indo. Mas a história, essa, não o esquecerá jamais! Os seus nomes ficarão escritos a vermelho. Vermelho de sangue, vermelho de sofrimento."

António de Oliveira Martins – Lisboa
…oOo… 
Assunto: O almirante vermelho morreu
"Comentando o livro "Holocausto em Angola", de Américo Cardoso Botelho, o ex-ministro António Barreto, a certa altura do texto, Escreve o seguinte:
O livro publica, em fac simile, uma carta do Alto-Comissário (em papel timbrado do antigo gabinete do Governador-Geral) dirigida, em Dezembro de 1974, ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, futuro presidente da República. Dizia ele:
"Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto dá, por isso instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola, sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir. A FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e da sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruíne toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reconstrução daquela."
"Saudações revolucionárias - A Vitória é certa" - Ass.: António Alva Rosa Coutinho, Vice-Almirante. Data: 22 de Dezembro de 1974."

Nota minha: Convido qualquer mortal de bem a procurar artigos que possam engrandecer o perfil deste ignóbil homem, porque disso, mesmo morto, bem precisa…

Sem comentários: